O Dia do Idoso é comemorado neste domingo (1º). A data celebra também os 20 anos do Estatuto do Idoso, criado em 1º de outubro de 2003. Mesmo com a lei garantindo o direto da pessoa idosa, o abandono das famílias ainda é uma realidade. Segundo a prefeitura de Belo Horizonte, em dois anos e meio, quase 50 idosos foram abandonados em hospitais municipais da capital mineira.
Conforme os dados da Secretaria Municipal de Saúde, dois idosos são abandonados por mês em hospitais da rede municipal. A prefeitura reforçou que as instituições contam com serviço social, que acompanha os pacientes e mantêm contato com os parentes e/ou responsáveis. Há também uma articulação para acolhimento emergencial nas unidades da rede municipal. No entanto, as medidas parecem não serem suficientes.
Fundado em 30 de maio de 1982, o Lar dos Idosos São José, no bairro Olhos D’água, na região do Barreiro, atende, em caráter de moradia, idosos em situação de vulnerabilidade social, que se encontram em situação de risco, tiveram seus direitos violados ou não possuem família. Atualmente, são atendidos cerca de cem idosos.
O diretor voluntário do lar, Maurício Milagres, que também é advogado, fala da luta para manter a instituição aberta para acolher essas pessoas e acabar com o preconceito contra os idosos. Além do convênio com a prefeitura, a instituição conta com apadrinhamento, mas ele comenta que é muito raro conseguir alguém que apadrinhe. Outro desafio é o abandono sofrido por muitos desses idosos. “Tem parentes que não visitam nem em datas especiais nem aos domingos. Sorte que existem voluntários que sempre aparecem”, contou o diretor.
No lar, os idosos recebem assistência médica, fisioterapia, incluindo hidroterapia, assistência terapêutica e ocupacional, incluindo caminhada assistida, oficinas de informática, aulas de inglês. Há também assistência nutricional, a alimentação é balanceada conforme a necessidade dos internos.
O senhor Obedio, de 85 anos, mora no Lar dos Idosos São José. Ele foi para lá com a esposa, mas ela já faleceu. Apesar de não ter tido filho, ele diz que se sente muito acolhido pelos parentes da mulher e pelas sobrinhas. “É um carinho de pai, mesmo estando longe. Quando elas não telefonam, eu telefono”, ele comenta.
Em 2003, a criação do estatuto evidenciou a necessidade do idoso diante de outros grupos, melhorou a assistência social e o acolhimento, e reduziu também a violência. O grande desafio hoje é ampliar a assistência nas Instituições de Longa Permanência, além de combater o preconceito e o abandono da pessoa idosa.
PARAÍBA DA GENTE COM R7
