Um jovem morreu a cada quatro horas nos Estados Unidos em 2023 em decorrência da violência armada. É o que mostra um levantamento da Gun Violence Archive, ONG que faz um levantamento de todos os incidentes de violência armada norte-americanos desde 2014. De 1º de janeiro até esta segunda-feira (28), foram registradas as mortes de 200 crianças de até 11 anos de idade e de 979 adolescentes entre 12 e 17 anos.
Nesses quase oito meses, mais de 28 mil americanos morreram em decorrência de incidentes com armas. Mortes por homicídio, não intencionais e cometidas em legítima defesa, somam 12.561 casos, enquanto suicídios chegam a 15.840 ocorrências.
Outro dado fornecido pela Gun Violence Archive é que, até segunda-feira, o número de tiroteios em massa no país, em 2023, era de 476, se aproximando da marca sombria de 500 episódios. O termo é usado para definir incidentes em que quatro ou mais pessoas são baleadas ou mortas.
Na noite do último sábado (26), mais um caso de violência armada nos Estados Unidos, desta vez envolvendo crime de ódio e racismo, chamou a atenção dos americanos e ganhou os noticiários do país. Um homem branco matou três pessoas negras a tiros em Jacksonville, cidade na Flórida. O atentado aconteceu perto do centro de educação superior Edward Waters, uma universidade historicamente associada à comunidade afroamericana no estado.
Os Estados Unidos vivem uma onda de violência armada por motivo fútil, o que atingiu também crianças e jovens americanos nos últimos tempos. Esses crimes são considerados desproporcionais e desprovidos de qualquer justificativa lógica que possa explicar a conduta praticada.
Um exemplo foi o caso de Ralph Yarl, um adolescente negro de 16 anos que foi baleado duas vezes e chegou a ficar em estado grave após o jovem tocar a campainha do agressor por engano, no estado de Missouri, em abril. Em outro caso, que aconteceu no mesmo mês, duas alunas do ensino médio foram atingidas por tiros após se aproximarem do carro errado em um estacionamento do Texas. Uma delas ficou gravemente ferida.
As escolas americanas se tornaram alvos constantes de tiroteios em massa nos últimos anos. Segundo dados da organização Everytown for Gun Safety, o ano letivo que começou em agosto de 2021 e terminou em maio de 2022 teve o maior número de tiroteios em escolas já registrado. Foram 193 incidentes com armas de fogo em escolas americanas. O número triplicou em relação ao ano letivo anterior: no ano anterior, foram registrados 62 episódios.
PARAÍBA DA GENTE COM R7
