O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai ampliar a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) e criar novos cargos no órgão a serem preenchidos por indicações políticas.
O plano, conta a Folha, é ativar a superintendência da estatal na Paraíba, que seria a 13ª do país, e tentar um acordo para contemplar parlamentares de uma ala da União Brasil e também do Republicanos –que flerta com o Palácio do Planalto.
No caso da União Brasil, a ideia do governo é beneficiar Efraim Filho (PB) na Codevasf —ele lidera o partido no Senado. Além disso, o deputado Hugo Motta (PB) também teria pedido para fazer indicações ao comando da companhia no Estado. Motta é líder do Republicanos na Câmara, que tem uma bancada de 42 deputados.
Apesar de o partido ter declarado independência ao Palácio do Planalto, o líder da sigla tem se reunido, desde o início do governo, com o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), responsável pela articulação política.
Embora o Republicanos não esteja na base do governo, Lula se esforça para atrair deputados do partido para angariar mais votos em matérias consideradas importantes. Parlamentares estimam que o Republicanos pode entregar até 25 votos.
Atualmente, na Paraíba, a Codevasf funciona apenas como um escritório de apoio técnico, comandado por um servidor de carreira. Segundo integrantes do governo, esse braço será maior do que outras superintendências que já estão em atividade.
A Codevasf foi entregue pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) ao centrão e é mantida dessa forma por Lula em troca de apoio no Congresso, no chamado toma lá dá cá. Obras precárias, paralisadas e superfaturadas estão sob a mira de investigações da Polícia Federal.
A Codevasf já aprovou a criação de duas novas superintendências, a da Paraíba e a do Ceará. Agora falta apenas um ato do Governo Federal –secretaria responsável pelas empresas estatais– para que a abertura dos cargos seja efetivada.
A estatal sob Bolsonaro expandiu seu foco e sua área de atuação —tudo isso sem planejamento e com controle precário de gastos. Ela mudou sua vocação histórica de promover projetos de irrigação no semiárido para se transformar em uma estatal entregadora de obras de pavimentação e máquinas até em regiões metropolitanas.
Ao mesmo tempo, transformou-se num dos principais instrumentos para escoar a verba recorde das emendas, distribuídas a deputados e senadores com base em critérios políticos e que dão sustentação ao governo no Congresso.























