O núcleo do Partido dos Trabalhadores (PT) em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro, foi alvo de tiros. Câmeras de segurança registraram o momento em que um motociclista passa pelo local e efetua os disparos.
As imagens são da noite do último domingo, 9, mas as marcas só foram percebidas na quinta-feira, 13. Os projéteis foram encontrados na unidade. Em entrevista ao Terra, Catarina Farias, vice-presidente do PT carioca, afirmou que um companheiro do partido foi quem notou uma marca de tiro no portão.
O grupo participava de atividades de campanha do candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde o fim de semana e, por isso, só percebeu os furos no portão dias depois do ocorrido. “A gente estava fazendo muitas atividades na rua, não estávamos usando muito o espaço. Um companheiro chegou logo cedo, abriu o núcleo e verificou o furo e, imediatamente, fez contato”, relata Catarina.
Na avaliação da coordenadora do núcleo, o que aconteceu foi, “claramente”, um aviso. Isso porque o núcleo de Santa Margarida é o maior do PT no Brasil, com mais de 20 anos de existência, e é todo caracterizado com bandeiras e pinturas em referência ao partido.
“Ninguém acidentalmente empina uma moto e dá um tiro. Ninguém acidentalmente vai sozinho empinar uma moto e ficar com a arma desengatilhada para dar um tiro, justamente, no portão”, avalia. “Tenho certeza que foi um atentado político. A gente considera um aviso, uma ameaça. Isso é seríssimo”, desabafa a militante.
De acordo com a petista, será registrado boletim de ocorrência na delegacia. Os advogados do partido foram mobilizados para irem até a delegacia junto com os integrantes do núcleo.
Foram encontrados dois projéteis no local, que foram recolhidos como evidência e serão entregues à polícia. “Nós estamos nos organizando, procurando o máximo de provas possíveis. Conseguimos as imagens do nosso sistema de câmeras, conseguimos o projétil, mais uma prova de que fomos alvejados, não foi uma coisa casual”, diz.
A vice-presidente do PT no Rio de Janeiro lamenta o ocorrido, especialmente por se tratar de uma área carente da cidade. “Fomos alvejados por algum marginal, alguém que ainda não consegue entender, compreender, o momento político que estamos vivendo, principalmente na zona oeste, onde se encontra o povo mais precário, que passa mais dificuldade financeira, onde as políticas públicas quase não chegam, somos abandonados pelo governo. Estamos aqui para respeitar todas as opiniões políticas, os posicionamentos, mas infelizmente fomos retribuídos dessa forma, sendo alvejados por um motoqueiro não identificado ainda.”
O coordenador geral do comitê, Adilson Caetano da Silva, acredita que se trata de uma tentativa de intimidação por parte da oposição. “Essa tentativa de nos intimidar não vai adiantar nada, vamos com mais força para a rua. A gente defende a democracia, não estamos atrapalhando o trabalho de ninguém”.
Adilson ainda ressalta que o objetivo é divulgar o ocorrido para que as autoridades tomem uma providência e que essa situação não se repita. “Já está tudo direcionado, dentro da lei, para alertar as autoridades sobre esse tipo de comportamento agressivo. Graças a Deus, na hora não tinha ninguém no comitê de campanha. Foi um fato chato, desagradável, mas a galera que mora na periferia sabe como a gente vive. Que isso sirva de alerta para as autoridades, para que essas coisas não se tornem uma coisa maior. A gente está alertando disso para que amanhã a gente não esteja aqui chorando uma coisa pior”, finaliza.
